Dos imbróglios da paixão
Dos imbróglios da paixão
Arde em mim sempre o desejo louco,
pois todo tempo que me deres é sempre pouco,
porque minha alma de amar é sempre corpo.
Não sou de por freios em emoções
nem controle em sentimentos.
Em meu peito, um rio perene
que a esmo procura um mar,
mas se esse mar é semoto
eu desemboco em mim mesmo.
Distâncias são adagas de dois gumes:
ou engrenam querer, saudades
ou desconstrói argumentos,
desvirtua a realidade
com pedras nos pensamentos;
de sol a sol em sofrimento
é tudo o que quer o nada...
Não chorarei os naufrágios
dos barcos, ao caos, ancorados,
insepultos retirantes
nem o medo, seu apanágio;
rumarei para outro estágio
o qual me oferte morada.