UM PRANTO COMPARTILHADO! (208)
Uma cidade, um sonho tão lindo,
Muitas flores cultivadas pelo caminho,
Na rua brincava livre o menino,
O rio corria doce, onde bebia o passarinho...
Um estrondo ecoou muito forte,
O som foi alto, repercutiu de sul a norte,
Ninguém se deu conta do inusitado,
A barreira rompeu, está tudo acabado...
A lama corre desenfreada,
Soterra as pessoas, as casas, não sobra nada,
E Mariana, a menina, fita assombrada,
Não há mais igreja, vê a escola desmoronada...
A terra chora pelo que vai fazer,
Rasgaram-lhe a carne, que ainda está a doer,
De suas entranhas tiraram o feto, para enriquecer,
Queria avisar, mas o som não saiu, quando se pôs a correr...
E, enquanto toda a nação chorava a desfaçatez,
Outro som se repetia e ouvir-se, se fez,
Rá, ta, ta, ta... Também era lama ou pura insensatez,
Um grito de morte e viu-se o sangue, com nitidez,
Só, que agora o pranto... Tinha sotaque... Francês...