Semente de Gente
Bradou-se o grito
ecoou no infinito
morreu o mito
sorriu o mico
eu não acredito
no dia do fico
no ano do acrônico
minha fé é o sônico
por eu estar atônito
bebendo meu tônico
nos dias afásicos
dos gritos melódicos
dos poemas módicos
das poesias psiquiátricas
das prosas vaidosas
das trovas às rosas
dos versos transversos
dos meus eus inversos
dos meus paradoxos
tão quão analógicos
mas falta-me lógica
na apologética
na força cinética
na voz astronáutica
na vela da náutica
mas eu me recolho
contando aos piolhos
visíveis aos olhos
todos meus abrolhos
e à data presente
ficou o somente
daquela semente
plantada na mente
de toda minha gente.