SÚPLICA
       
Teu viés desce inteiro
cachoeira véu nublado
como rio ligeiro
no horizonte
Forte descoberto
pelo incerto covarde
desperta vontade
cruz carregada de lamúrias
da antiga figura
ouve vozes do vento
pensamento distante
ela num instante
desperta o homem
 crescendo vendido
com a fome dos outros
torna o louco esquecido
de olhos vendados
 num pouco de sol
caindo
sobre todos os passos
olhando o espaço a noite
querendo ser
qualquer estrela
que possa vê-la
toca-la como sereno
de gotas sedentas
de amor pleno
querer ela lendo zodíaco
o signo que impera
pelo que venera
abrindo portas fechadas
no corpo escravo
de tantos verões cegos
abriga um mito
nascido criança
queria ser o mito
nascido sem tramas
coléricas
sem os traumas da inveja
que agora me deseja
fraco temperado
de ética
e parcimônia de ato
incompleto
vendo ela pela janela
do alto de um prédio
erguido sobre karmas
traído de farpas
jogadas
sonhando com ela
amando o que possa ser
de qualquer forma
que torna ela
minha única chance
De sair “vivo”.