A DOR DO AMOR.

POEMA DO AMOR

Por Honorato Ribeiro.

Como é lindo o amanhecer!

A aurora, ver o infinito azul,

As estrelas brilharem tão distante,

O ar que respiramos, inspirando

O perfume das rosas e vendo a alvura

Dos lírios dos campos, as aves voando

Cantando sinfonia de amor!

Como é lindo sofrer e sentir a dor,

A dor dos que sofrem e num abraço

De um sorriso, um ósculo ao mendigo

E sentir que o sofrer e amar quem sofre;

É agradar e não queixar, mas agradecer;

O sofrer para saber sempre amar!

E sentir os cravos nos pés e nas mãos

E de braços aberto abraçar o mundo

Com sorriso de uma criança no embalo

Nos braços da mãe a lhe dormitar!

Nas noites caladas do frio do inverno

Sem coberta que são os abraços e o beijo

Da mãe que sofre sorrindo e cheio de paz!

O amor mesmo sofrendo não sente,

Não sente a dor dentro de si e compartilha

Com a do outro que carrega uma pesada

Cruz da exclusão social e tão mortal...

Que de tão estranho sofre sem esquecer-se de amar!

Mas o amor é tão diferente e deferente

Para aquele que saboreia a doce chaga

Daquele que de braços abertos

Nos ensinou a amar, perdoar e viver

As mesmas chagas que sofreu na cruz!

Amar é sentir o fogo ardendo

Queimando, doendo e no silêncio

Da tranquilidade tão serena

Sabe sorrir, sabe chorar,

Sabe beijar com os pregos

Pregado, fincado bem fundo

No peito, no coração que bate

Fortemente, porque soubera amar!

O amor é saber viver, saber sofrer

Saber compreender, saber ver

No outro a sua própria vida,

A sua própria dor que é do outro

Dos outros que sentem a mesma dor!

Que sente o cheiro e o calor humano

Que sente ser amado, odiado,

Querido, desprezado, mas permanece

Na mistura do amor ardendo no peito e a paz

Permanece dentro de si porque sabe

Amar, compreender, sofrer sem si queixar!

Ver nas ondas do mar o barulho

Do vento no telhado, a chuva que cai

Num compasso suave e andantino;

Que faz o sono chegar mais profundo

E começa o sonho de voar, voar

Nas asas do amor que lhe leva a ser

Eternamente feliz nos braços

Daquele que, mesmo com dores

E os pregos fincados nos pés e nas mãos

Ensinou-nos viver a vida do sofredor!

Sem queixar da dor que sente!

Pois é amando que nos transforma

No personagem Jó que sofreu as

Duras chagas, mas nunca deixou de

Amar e louvar o grande Criador!

O amor tem gosto dos pregos

Dos sofrimentos do homem

Do Gólgota que de braços abertos

Soubera nos amar e perdoar.

O amor é assim e não há outro!

O amor é crer que ele é infinito, eterno

Bondoso, gostoso, saboroso sem ver

Sofrimento, e a dor é a fome de

Quem sabe amar e perdoar.

O amor é divino, é viver no

Céu, no Reino da fé do cuidado

Do outro, de si; a fé é crer sem ver;

É ver por dentro sentindo a presença

Do Criador: a fé é involuntária,

Mas ela é a força invisível do AMOR!

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 26/11/2015
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