INSÔNIA

Seguro a noite pelos cabelos negros

mas ela se solta das minhas mãos,

se esvai, esvanece.

Passarinhos já aparecem,

puxam as abas do dia com seu canto

e eu os espanto,

enxoto com pedrinhas

em vão.

A noite, ferida de luz,

agoniza,

a brisa noturna me lembra:

momentos finais

e eu luto um pouco mais,

fecho as cortinas,

cerro os olhos

escrevo poemas.

Inútil.

Rumores na rua, buzinas,

retira-se a lua,

estrelas se esfumam,

não há mais o que fazer.

Me rendo

e deixo o dia amanhecer.

Cliz Monteiro
Enviado por Cliz Monteiro em 25/11/2015
Reeditado em 18/12/2015
Código do texto: T5460631
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