NÃO TEM PREÇO
Não ter que ligar
Pra dar um alô protocolar...
Não ter que fingir
Quando não está a fim...
Não ter que inventar
Um motivo qualquer,
Querer criar asa
Para fugir da própria casa
E voar, desaparecer, sumir...
Não ter que inventar
Um argumento, um assunto,
Bater um papo, conversar
Sobre o que você não quer...
Não ter que fazer-se de defunto
Para ignorar o que der e vier...
Não ter que encenar um falso apreço
E poder mandar o verdadeiro apreço
Para outro endereço...
Ah! A paz da solidão
Às vezes não tem preço.