ANAEL, O ANJO QUE ARRANCOU SUAS ASAS
Penas caíram suavemente do céu
Alvas e frias num dia cinzento
Como cristais de neve pura.
Um anjo, Enael, exausto de tudo
Quebrou suas asas imaculadas
Arrancou sua aréola e desceu
Do Alto Firmamento para andar
Sobre a face da Terra castigada.
A razão de ele ter feito isso
Não fora por cair em depravação,
Mas por ter se cansado de viver
No conforto de um Paraíso
Sem de fato estender a mão
Para aqueles que precisam.
Enael cansou de só receber oração
Desejava ser a ação de mudança.
O anjo desistiu de tudo
Aquilo que o tornava santo e celeste
Para ser um homem mundano
Cheio de cicatrizes e de pés calejados
E ajudar de fato os necessitados.
Verdadeiramente não houve
Anjo mais humano do que este.