AS CLAVES DE  BAIXO SEM SOL
 

No verão passado
ela entrou de relance
De biquíni preto
sem nenhuma chance
 de explicar
Por que o cume da montanha
estava mais alto
E nada descia
Porque a ressaca do mar
Nunca acontecia
Caldeirões nos lábios
Garrafas de espumantes
Tudo lá em cima fervia
teu pequeno intimo
Entrava porta adentro
No centro pela frente
Deixando
Marcas nas laterais
Das portas
Que loucura
Minha forma telúrica
De dizer que sinto vontade
De prender
Tuas mãos atadas
Numa arvore qualquer
Num bosque
Perto do rio
Desprender tua pouca
Silhueta
Das cores pretas
Desta fuga de Eva
 A floresta delirando em cores
Flores caindo dos céus
Olhos de céus
Podia ver tua nova
Pele vibrar vermelha
Sangue nas veias
Minha sede beber
 dois amantes eternos
Num cálice pra sempre.