ESTRELA D'ALVA
ESTRELA D`ALVA
autor: j.r.filho.
Estrelas há que, no meu firmamento,
Têm ímpar grandeza e infinita brancura,
Variados fulgores, a todo momento,
Dando ao universo um ar de candura.
No cosmos, infindável, há, porém, estrelas
Decrépitas, cadentes, também super novas:
De brilho ofuscante, não consigo vê-las,
Difícil é cantá-las em versos ou prosas.
Reina, pois, caos em minha etérea mente,
No ébano espaço d`astros pontilhado...
Asteroides gigantes cruzam velozmente
Com inúmeros cometas de gases formados.
Buscando fluidez, em nula gravidade,
Por estranhas galáxias vaga o pensamento,
Formulando hipóteses pra posteridade,
Teorizando o vácuo: Gênesis do tempo.
E todo universo vai-se expandindo,
Condenando astros a extremos degredos;
Galáxias inteiras vão-se consumindo
No vórtice voraz de buracos negros.
Quasar esplendoroso, no além mais recôndito
De bilhões de anos, Física em dedução...
No Planeta Três vinga um “ser” indômito:
Produto do tempo e da Evolução.
Nesta intergalática e efêmera viagem
Rompida é a barreira intransponível da luz...
De súbito, a mente, então, pede passagem
De volta pra Terra: que a Vida produz.
Quando em plenilúnio se traduz em cópia,
Com luz emprestada, do Astro-Rei-Sol:
A Lua e Planetas que não têm luz, própria,
Mas que estrelam a noite após o arrebol.
Em tua claridade afrontas o luar...
Vênus é teu nome, ostentas nobreza,
Segundo Planeta, do Sistema Solar,
Estrela matutina: Deusa da Beleza.
Partícula candente de Poeira Estelar,
Rompendo o breu gélido da treva daninha
No meu firmamento que é, hoje, meu Lar
A Estrela D`Alva chama-se Gracinha.
Amélia Rodrigues-Ba, maio/junho de 2001.