BÁRBAROS

BÁRBAROS

E a língua que se fala

Não é maldita

Existe sim a desdita

De não entender o próximo

Que é de outra fita

Mas com gestos

Entendem-se manifestos

Compreendem-se razões

Até palavrões

Que fluem mais facilmente

Pelas bocas malditas

Em todos os cantos de cidades

Espalhadas pelo mundo

Só não consigo entender

As línguas de fora

Em barbáries a toda prova

Que agridem a vida

Em nome de outrens

Que servem como desculpas

Justificativas de justiceiros

No fundo bandos de embusteiros

Que não falam língua alguma

Apenas grunhem e rosnam

Torturam e matam

Embora disponham de encéfalo

Não dispõe de razão

Animais de línguas podres

Loucos para emudecer o mundo

E fazer deste planeta

Um circo de horrores

Ceifando línguas

Que querem paz

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 23/11/2015
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