BÁRBAROS
BÁRBAROS
E a língua que se fala
Não é maldita
Existe sim a desdita
De não entender o próximo
Que é de outra fita
Mas com gestos
Entendem-se manifestos
Compreendem-se razões
Até palavrões
Que fluem mais facilmente
Pelas bocas malditas
Em todos os cantos de cidades
Espalhadas pelo mundo
Só não consigo entender
As línguas de fora
Em barbáries a toda prova
Que agridem a vida
Em nome de outrens
Que servem como desculpas
Justificativas de justiceiros
No fundo bandos de embusteiros
Que não falam língua alguma
Apenas grunhem e rosnam
Torturam e matam
Embora disponham de encéfalo
Não dispõe de razão
Animais de línguas podres
Loucos para emudecer o mundo
E fazer deste planeta
Um circo de horrores
Ceifando línguas
Que querem paz