Reaprender
 
 
Quando tentamos nos esconder da dor, ela não nos dá tréguas, ela quer que choremos tudo aquilo que nos oprime, sufoca e que machuca como nenhuma outra marca no peito, jamais doeu, para que aliviando tudo, possamos recomeçar. Fecho os meus olhos e penso; -Quando eu abri-los novamente, tudo haverá passado, logo a alegria vai voltar e tudo não passou de uma loucura dessas que a nossa imaginação às vezes nos prega. É difícil encarar a tristeza. Pensamos que a felicidade é para sempre.

Arrastando correntes estou, não nego. Num dia preguiçoso, enfim esse triste entardecer, parece que os caminhos todos não mostram mais uma saída, todos os sinais se fecharam, não é querer entregar-se a uma determinada decepção, mas viver intensamente a falta que a alma sente, trocando o sorriso pelas lágrimas que também faz parte da vida.

Faz muito tempo que eu não via a vida nesse tom através das vidraças embaçadas pelas minhas lágrimas. Não dá para esquecer que as esquinas do tempo, não quer planos de fundo coloridos, o destino é mestre em rasgar os nossos projetos.

Comemoramos nascimentos, casamentos, aniversários, datas significativas, de repente, sem mais aviso, a vida nos deixa perdidos, perplexos num caminho desconhecido qualquer, com um sorriso pálido. -Um sol, testemunhando às escondidas um fato que encerra uma vida inesperadamente, me esqueceu. Então, talvez não haja mais tempo pra eu reaprender.

Liduina do Nascimento













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Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 23/11/2015
Código do texto: T5458591
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