A BELA FANTASIA DO REAL

 
De que me adianta carregar
um fardo inteiro
de novidades
entregar o dardo certeiro
na lógica indireta
do tabuleiro
como cupido malicioso
querendo apostar
num amor criado
o amor criado
é amor avulso
o pulso palpita
pelo livre gosto de ser
amor plantado em vaso
cerca de barro “endurecido”
adornos feitos
tudo perfeito
o mesmo defeito
do começo de tudo
não aceita minhas boas vindas
o terceiro de fora
é o mais forte
quando o norte perdido
está indicando
que peças andam
o amor não é preciso
o amor se quer é preciso
ondas valentes
contraem distâncias
o amor não pede visto
esta palavra traz alma
traz a leitura formada
do louco que por louco
torna o mundo humano
insano moral fardado
dos conformes da vida
fica na porta esperando
quem por igual
possa entrar
traz um calor disfarçado
de calor humano
“calor desengano
sobe ao vale
entre as florestas
de matas fechadas
de estranhas árvores
queimadas
ainda fumegantes”
que avistam o algo perpétuo
o mal do séculos
sempre foi
as tribos fechadas em ilhas
e a sina do amor
corrompida...