POR
 
Não conheço um outro lado.
Nunca fui ao tal pacifico.
Vivo tanto neste atlântico
não suporto, nem o imagino.
O amanhecer deste meu lado,
sai da água, nasce o sol
molhado, quente, úmido.
Do escuro da noite, não fico só.
Levanto, viro e saio.
Vou viver um dia novo.
Quero ser este outro ninho,
 convido-te à aquele mar
Interior a dentro, muitos caminhos,
calor planalto , frio cordilheira.
E lá, um outro lado
Chego, vejo uma areia,
sol na cabeça, uma tarde a chegar.
Muita vontade do acontecer.
Se você não se opor
pedirei um favor:
antes do sol se por,
de frente a este mar,
vem me encontrar.
Divino amanhecer,
um novo dia,
formoso por
vou para o amor.
Noite de estrelas a nos olhar,
lábios se esfregam, um passo a dar.
Tudo acontece a nossas costas,
agora dia a clarear.
Desligo a vida, lugar distante,
pessoas de lá, vontade de cá
e um casal a nos olhar.
Lá é seu lar,
sua água é fria.
Seu amor, quem sabe um dia,
numa noite na areia,
neste canto,
meu atlântico.
Felizes estarão um certo dia.
Venha, aqui também se ama
pela espera deste sol
que tanto quer chegar.
Dois lados, duas belezas:
pacífico, atlântico;
todos tem sua forma
e seu jeito de
olhar para amar.