Finitude
choro dores de quem morre
sem ter, no entanto, o morrer
ensaio de mim uma fuga
que me foge à razão de viver
juro por céus e terra
em voz que não sabe jurar
penhoro de parcas vitórias
louros que penei a ganhar
lanço minh’alma em clamor
à deuses que, ora mortais,
desentendem o sentido da dor
que lacera meus dias finais
e a esperança (ah!, que esperança!?)
- que escorre por dedos inertes -
entoa sua própria elegia
e de mim sequer se despede