OH, MINAS GERAIS!
Oh, Minas Gerais!
O dinheiro enlouquece
A quem enriquece
Torna o irresponsável.
Extração de riquezas
Extração de minérios
Fome do insaciável.
Lucro, única certeza
Confiança na destreza
Sem olhar para todos os nortes.
Enxurrada de imprudências
Enxurrada de negligências
Enxurrada de mortes.
No ferro e no barro
Colocaram um fardo
Em costas fatais
Entulhos se trituraram
Em corpos se misturaram
Oh, Minas Gerais!
Sentimos o amargo sabor
Da tua tamanha dor
No teu peito a perfurar.
Sentimos teu gosto amargo
Ah, ambiciosa Samargo!
No teu bolso a adentrar.
Tanto medo, tanta dor
Na espera tanto pavor
Diminuam nossos ais!
A lama de tanta ambição
Destroça a nossa nação
Oh, Minas Gerais!
Estendamos a nossa mão
A nossa querida nação
Oração e caridade.
Hoje, o problema deles
Será de todos os seres
Eis a nossa realidade.
E não chegou ao fim
O pior ainda estar por vir
O dobro de vítimas fatais.
Do barro se faz o manto
Oh, Espírito Santo!
Oh, Minas Gerais!
(Valquíria Duarte)