INVENERANT
 
Possuído da beleza
que convida
com vida
a beleza tão viva
arco de áurea singela
repousa túnel
das fantasias
que o fim das contas
remonta amores possíveis
sensíveis atores
bela paisagem no quadro
pintado de cena
imóvel retrato
que vai indo e acena
mecenas dos meus versos
diga-me o quanto queres
pra deixar vir
este futuro
pressente que estou
presente malogro o que juro
por não ter moeda
nenhuma
troco minha dúvida
pela verdade que sofre
num cofre secreto
sem chave
ela é uma chance
que nada por lances
apenas me diz por fama
de repetir meu ato
nunca me olha
nunca me chama
nunca diz adeus
 
olha nos olhos meus
espelho sensato de amarguras
lonjuras sonhadas
figuras amantes
nos dois delirantes
nas fugas tuas
somente  delírio
colírio de águas salgadas
que banha as margens
do teu rosto
que traz um barco
preso na ilha
quando caminha por perto
bonito proposto
de voz suave
esqueça meu sorriso
ele mente uma timidez
de instantes
ele é tão trágico
é tão belo eu sei
é tão frágil também...
olhos céus do dia
as mágoas do feio
tem sempre um jeito
infinito de ser.