PERDÃO
PERDÃO
Um dia um meteoro acabou com o Azulzinho
Eram minerais novos lançados no planeta,
Rabdita e um muito pó levantado no impacto,
A dama de negro varreu o Azulzinho sem dó.
Gritos e urros pelos planaltos e vales verdes,
Vulcões jorrando numa libido sem igualdade,
Jorro de lava quente como sêmen fertilizante,
Placas tectônicas encostando como as coxas,
As coxas das coxas nas do criador sem nome.
Diamantes, ouro, rabdita e o urânio sendo feito.
E no sufoco os lindos dinossauros morrendo,
Hoje uso o que foi feito da matança diariamente,
O dinossauro, senhor do Azulzinho, é combustível,
A cidade ao redor está cheio de seus traços,
Deito a cabeça em meu travesseiro de penas,
Seria os dinossauros repteis ou seriam pássaros?
Nessas horas antes de dormir penso na vida,
Tento pensar que sou a morte de bilhões de vidas,
E absorvendo a imagem do mamífero saindo da toca
Comendo a carniça de gigantes mortos no planeta
Peço perdão por não dar o melhor de mim...
Pois apenas ando sobrevivendo sem ter você.
André Zanarella 29-10-2014
Rabdita = Fosfato de ferro meteórico.