É ISSO AÍ!
Lavo o rosto.Encaro o espelho.
Noto meus olhos vermelhos
e rugas novas
que ontem não tinha.
Não.
Não adianta fazer de conta
que o tempo é vago, bobagem minha.
O tempo é concreto e pesado.
Caminha comigo,
ao meu lado,
passo a passo o dia inteiro.
É um velho companheiro
(não propriamente um amigo),
que se apossou dos meus sonhos
e das alegrias antigas.
Chegou-me, assim, de repente,
esta constatação deprimente:
eu passei.
Prêmio ou castigo?