Da Amante Mão

Segurei sua mão com algum medo, confesso;

pois outra dissera não, ao estender a minha...

ao me apoiar em vão numa mão que não tinha,

pra minha petição, apoio que não mais peço.

A sua mão, porém (que, de longe, acarinha)

dá tudo que ela tem, sem falta, sem excesso;

dá o que não deu alguém, num silêncio expresso,

que expressou estar sem o que, na voz, continha.

A sua mão sonora fala-me ao ouvido;

escuta, quando chora, meu silêncio distante;

com toques que, agora, nesse andar rastejante

colocam, ao me tocar com seu sexto sentido,

asas para voar sobre o chão deprimido...

versos para eu amar a sua mão amante.

20-11-2015

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 20/11/2015
Reeditado em 11/12/2015
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