Construo eternamente

Quando estou pleno

nem tempo tenho

para escrever

vivo intenso

até me cansar

e aqui estou

retornando ao teclado

depois de momentos

cheios de empirismo

no fim de tanta leitura

só resta escrever livros

porque nossa memória

é frágil como criança

já já envelhece

vai se desbotando

dando brilho estranho

às boas lembranças

enquanto as ruins

ficam na névoa

ou na escuridão

há um lado bom

nessa vulnerabilidade

seria nos proteger

de ficarmos nos desastres

que já passaram e ficamos

esquecendo o que vale:

Construir eternamente

um novo passado.