ESCREVINHO

ESCREVINHO

Escrevo, escrevinho

E lá se vai mais um cálice

De tinto vinho

Que inebria as letras

E gera palavras tortas

Que escorrem pelo papel

Bêbadas de sonhos de amor

E de profunda dor

Que se esvai em torrentes

De lágrimas e salivas

De caras e bocas

Quais palhaços em picadeiro

Que riem e choram sem parar

No circo louco

Coberto de lona azul

Que se acinzenta com o porvir

E enegrece-se num triste

E derradeiro fim

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 19/11/2015
Reeditado em 19/11/2015
Código do texto: T5454016
Classificação de conteúdo: seguro