ESCREVINHO
ESCREVINHO
Escrevo, escrevinho
E lá se vai mais um cálice
De tinto vinho
Que inebria as letras
E gera palavras tortas
Que escorrem pelo papel
Bêbadas de sonhos de amor
E de profunda dor
Que se esvai em torrentes
De lágrimas e salivas
De caras e bocas
Quais palhaços em picadeiro
Que riem e choram sem parar
No circo louco
Coberto de lona azul
Que se acinzenta com o porvir
E enegrece-se num triste
E derradeiro fim