POEMA SOMBRIO

Adeus às armas,

Diz meu instinto fatigado.

Já não empunho lanças mortíferas,

Nem o pensar angustiado.

Chegou o inverno.

O frio gela a alma inquieta.

Os horizontes são obscuros.

A linha tênue, entre a luz e as trevas.

Cambaleio entre a multidão.

Passam por mim indiferentes,

Rostos anônimos, sem significado.

Passos lentos, pesados, sem rumo.

Na minha direção, ninguém.

Mundo vazio e cinzento.

Gélido, sombrio..

Rostos tétricos me espreitam.

Mãos apertam meu peito,

Sufocam na escuridão,

O tênue limite que sustenta

O fio entre a vida e a morte.

Abro os olhos.

Acordo.

O sonho não é diferente

Do mundo real.

28/06/2007