Do Querer Pequeno

Num querer pequeno, igual ao que posso dar,

quero e não condeno se, muito, não tiver;

querendo (sereno) quase como quem não quer...

quase obsceno por pouco te desejar.

Nesse calmo querer que não a seduz, mulher...

que não a faz prever labaredas no olhar,

prevejo o poder que o fogo, sem queimar,

pode dar (sem doer) se, a paz, amor quiser.

E outra previsão que esse querer me faz

(isento de paixão e de quereres febris)

é que, vindo um não pro sim que, sem querer, quis

quererei (e enfim!) o bem-querer que a paz

quis pôr dentro de mim; porque pra ela apraz

um pacífico fim...um recomeço feliz.

17-11-2015

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 17/11/2015
Reeditado em 11/12/2015
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