O vento e o tempo
Passamos de meros convidados
a artistas consagrados.
Eu lembro daquele tempo
a gente soprava o vento
e eles eram levados.
Agora eu não aguento,
eles sopram e eu: atento.
Mas a frente fico cansado,
seja solto ou amarrado,
até se eu sento, sou levado.
E se esse sopro me empurra
parece que não há cura,
não adianta se eu insisto,
empurrado
enquanto resisto.
Não vejo o fim do corredor,
com ou sem amor,
metaforando,
até que me levem,
com ou sem dor.