O vento e o tempo

Passamos de meros convidados

a artistas consagrados.

Eu lembro daquele tempo

a gente soprava o vento

e eles eram levados.

Agora eu não aguento,

eles sopram e eu: atento.

Mas a frente fico cansado,

seja solto ou amarrado,

até se eu sento, sou levado.

E se esse sopro me empurra

parece que não há cura,

não adianta se eu insisto,

empurrado

enquanto resisto.

Não vejo o fim do corredor,

com ou sem amor,

metaforando,

até que me levem,

com ou sem dor.

Oniram Furlan Cassol
Enviado por Oniram Furlan Cassol em 17/11/2015
Código do texto: T5451746
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