HOJE,
Eu achei que não havia riscos
em procurar de novo,
em cada canto escondido,
aquilo que eu vi, me via
ali, despercebido,
achei que estava protegido.
Hoje
supus que era simples,
que era possível, admissível,
sentir a brisa leve, de um arfar contido
a sussurrar meu nome, incompreensível.
Hoje
eu me convenci que era fácil,
e plausível, beijar sorrateiramente
a suave face oculta,
do amor esquecido.
Hoje,
plantei uma pequena flor
em meu peito envaidecido,
mas só hoje, vou dormir
tranquilo, iludido;
pois amanhã, no sol nascente,
pouco depois do dejejum,
eu vou chorar arrependido,
aguas de saudade,
de um tempo perdido.