o riso do rio
esse rio que não mais rir
leva consigo o meu riso
no seu leito de morte
onde jaz
em óbito
aquele rio
que não mais rir
leva em seus braços
os sorrisos de nossa gente
de toda gente
e sem as sementes do seu riso
maltrapilho se encontra nos jaziguos
perpétuos dos descasos
enguanto riem-se os lucros
no malvado sorriso do destino assassino
malvado alado
conspirado, planejado
no silêncio covarde
de futuros íngremes
das dores que se fazem presentes
nas lonjuras
e funduras
de horizontes
calados
vai leva e lava
as nossas mágaos
em nossas almas feridas