A PROCURAR
A PROCURAR
Fernando Alberto Salinas Couto
Por onde andas, inspiração?
Por quê te apartas de mim,
quando o vazio do desamor
me joga aos braços da solidão
e paradisíaco deserto sem fim,
sem luz, sem perfume ou cor.
Espaço, por onde, só uma brisa,
zunindo, torna-se perceptível,
na ausência da noite e do dia...
Onde minha memória precisa
recordar alguma coisa sensível
e transmuta-la em uma poesia.
Procuro, até de olhos fechados,
nos lindos encantos da natureza,
tentando sepultar toda tristeza,
perfídias de romances passados.
Mentalizo todas belezas da Lua
e das estrelas, pelo céu, a brilhar...
Cadê o boêmio a cantar pela rua?
Não vejo uma rosa a desabrochar.
Cadê a cigana rodando sua saia?
Como ouvir o canto do rouxinol?
Não vejo nem a sereia na praia
ou velas de barcos, longe, no mar.
Porém olhando o solitário lençol,
Começo a lembrar de aventuras,
alucinantes paixões e loucuras...
Ó, inspiração eu irei te encontrar.
RJ– 07/11/ 15