NAQUELE DIA
Poemas (Ocultos) de Uma Era Luzidia
(POEL/03)
De negro se vestia.
A mão, trêmula, uma rosa colhia.
Era dia claro e sem amparo
Para algum lugar, iria.
Decrépita, caminhava lento,
Contraía o espinho, a rosa em seu peito.
Sangrava a pele perfurava-se por dentro,
Naquele louco tormento em desalento.
Lancinante mundo, lancinante vida!
Implorava, de mansinho "Não toque nesta ferida."
Aquele negro véu, disfarce do suplício,
Confundia o belo, sentenciava a vida.
Purgação, custódia permanente,
Em sua frente, latente, na lápide fria
A rosa vermelha, se feria
Junto às lágrimas, Naquele Dia,
Factível,
Num dia, na vida,
Sofrível.