O POETA VAGALUME

O poeta vagalume

se acende, se apaga,

se apaga, se acende...

E por incrível que pareça

é neste processo todo

que está sua beleza!

Lá vai, tão pequenino,

o poeta vagalume!...

se acende, se apaga,

se apaga, se acende...

Mas ninguém pode negar

que ele tem luz própria.

O poeta vagalume

tem a sua formosura:

se acende, se apaga,

se apaga, se acende,

iluminando a noite escura!...

E essa sua formosura

que se acende, se apaga,

se apaga, se acende,

atrai muitos predadores...

Icomodados com sua luz

lhe perseguem noite afora

serpentes e cururus!...

Oh poeta vagalume

que se acende, se apaga,

se apaga, se acende,

você não está sozinho!

Pois também me sinto assim

passando pelo caminho.