NO CRIME DA ALMA
 
 
Minha casa está cansada
de receber a sua estupidez
destruiu minha porta
ocupou as janelas
com tragos vespeiros
nos outros
a cor de um branco
cheio de vida
torna palida insensata
quero mudar os ares
plantar verdes mares
deixar navegar
por ilhas
avistar a terra firme
que foi morar
em outros lugares
trazendo deserto de mim
em capsulas estéris
de vida
ressente o pseudonimo
do meu nome
gravado na escada
quando amada
transava seus beijos
recados de principe
desenhando dedos
pelo corpo
meu vestido todo molhado
de perfume barato
que agora vejo
guardado entre
outros passados
num baú desejando
por fogo
desejo por fogo
no pub das causas primárias
que não o drink duplo
servido
que não o Pink bolado
pra esquecer de ontem

que toca de fundo
no meu poço
de memórias doentes
acolhe outro abraço
seja de entrega
torne cega minha fantasia
traga o dia em meus olhos
tardios
que mais tarde
serão frios olhos
onde arde o fogo das
coisas velhas viciadas
queimando mais em mim
por dentro.