Sonhos de papel
Vão se desembrulhando os sonhos
Presentes desde uma infância
Guardados na mente
Volta e meia retornam em forma de bolhas de sabão
Outras vezes são bonecas, carrinhos, pião
Sonhos de uma ciranda
Do passar anel
Do pular amarelinha
Das gargalhadas eternas por nada
A esmo.
Vão desfolhando-se as lembranças
O primeiro amor, o primeiro beijo
A insensatez, a paixão ingênua, o acreditar em castelos
E um príncipe a resgatar a princesa sem coroa da torre
Um amor adolescente, curioso
Querendo descobrir o mundo.
Vão desencadeando ideias, as lágrimas de um amor atroz
As várias vezes que se machucou ainda moça
A tolice e as noites mal dormidas
O desfiar sentimentos perdidos num carrossel
Vai se tornando poesia, versos melancólicos
Algumas vezes rimas pobres de amor
ora platônico, ora mal resolvido
Vão se tornando resquícios de uma vida
E na flor aberta em ferida
Vazios e solicitudes
Grandes percas, lutas e vitórias
E tudo vai se misturando
No desabrochar de uma poesia cheia de história
Pra contar o que sobeja na memória.
Paula Belmino
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