Palavras

Todos os dias/

Os jornais dizem mentiras/

Quando ousam à verdade/

Não se sai do marasmo/

Como se envolto na apatia/a

A cegueira é vigente/

Contudo os bares congestionam/

As paradas lotam/

As filas aumentam/

E as reclamações transformam-se em lamentos/

Até sabemos que somos a força da mudança/

A alma do corpo/

A luz nessa escuridão/

Mas ainda estamos no chão/

Anestesiados na dor de tanta humilhação/

Dessa miséria/

Onde a desigualdade impões seus grilhões/

Fazendo lágrimas/

A cada indignação/

Nascer inoculando veneno/

Sangrando feio indigente nessa prisão/

Não obstante a desesperança/

Há que acordar nesse caos/

Pra recomeçar a compor a voz/

Antes que o dia termine/

E o país/

Não seja mais nosso.