O cio aflora.

O cio aflora.

Rasgue a minha veste, às intimas também.

Quero sentir e vê-las, todas assim mordidas.

Para quê me possas ter-me por toda a aurora

Em enleios estranhos até ao raiar do novo dia!

Viajando vão meus olhos, por todo teu corpo inteiro.

Incendiando vão em teus seios, todo esse braseiro.

Deixa-me na escuridão da esperança que não cansa

De frutificar entrelaçada toda sutil, esse leve tesão.

Fito-te assim toda a noite e no acordar na madrugada.

Nesses meus sonhos intrépidos, imorais e fatigantes

Vejo a tênue luz em teu semblante num zombar constante

Dos anseios que indelevelmente alcanças em minhas ações.

Teus olhos emitem raios brilhantes penetrando em meu ser

Que te contempla esfarrapada e nua sobre a cama quente

Na ritualística que me prende em teu ventre o cio aflora

Em puras nuances nossos desejos realizam-se em risos.