PEQUENA TÁBULA DE PAIXÃO
 
 
“Este mar tem algo
de tão familiar”
um desejo possuído
do belo desejo
de estar
na sala de altar
sobre as coisas derretendo
nas bocas amantes
sobre as desculpas 
que damos
quando chegamos
onde as coisas
deixam sabores
parecendo incolores
as falas respondem
você tem um sinal
indo ao dorso
este ar quieto que ouço
respira ofegante profundo
será porque o amor
calor das muitas coisas
que somos
permite um calafrio
no corpo
será porque muitas
dúvidas carentes
pêlos indiscretos crescendo
vitima do que sente
por dentro
quer o mesmo
da vontade do outro
amor louco
não pode ter sanidade
beijar-te é pouco
a inteira metade do outro
vive em mim
sua metade carente
pode ser meu fim
detenha o final mente
da solidão
me de sua mão
seremos magia de inverno
da neve la fora
ilhando nosso verão.