Urubus
Os urubus sobrevoam
Os corações em carcaças
Alimentam-se dos vermes
Do ódio nocivo e da raiva
Os urubus farejam
Um corpo todo vazio
Onde há muito já morreu
A alegria e o espírito
Os urubus devoram
Os fétidos sentimentos
Dos que propagam ao vento
Terror, ganância e tormento
Os urubus sempre pairam
Farejando cheiro podre
De pessoas mortas-vivas
Que encarnam malfeitores
Os urubus estão perto
Nunca lhes falta comida
Que não seja eu o prato
Das vorazes investidas