COMO EU SOBREVIVI...?
Não me lembro, em outra oportunidade,
Ter demonstrado tanta força,
E ao mesmo tempo, ter deixado,
O meu corpo tão inerte, tão sofrido.
Hoje eu digo, sem medo de dizer:
Foi por amor!
Foi o sentimento dedicado,
Que me fez escravo e dolorido.
A noite em que estabeleceu o caos,
A lua cheia serviu de testemunha,
Ao inicio do pesadelo,
Que calou minha voz e coração.
Os versos que havia preparado,
Caíram ao solo, numa descida sem igual.
Os braços penderam como uma arvore abatida,
Que desaba impotente, morta.
De que serviram o meu olhar,
A poesia que declarava o meu amor?
Para nada!
Nada me fazia sentido, lúcido, capaz...
O luar deixava a mostra,
A face do abandono, do desespero.
Como me senti nu, desolado, frio.
Fiquei só, por dentro e por fora.
Como eu quis que não fosse verdade,
Sem braços e sem abraço.
O mundo simplesmente desabou.
O universo inteiro se omitiu ao meu sofrimento,
Passos e olhares que eu vi ao meu redor,
Não me percebiam, não me socorriam.
Só! Tão só como a lua que brilhava,
E não dependia de ninguém para isso.
Como eu sobrevivi...?
Di Camargo 28/06/2007