____________________________MUDEI EM MAR
_ Crá! Em mar, Noturna?
_ Sim.
_ Que seja, que seja! Às vezes até me atrevo espuma!
E sorveu a água e o sal,
e a totalidade do mundo,
e o cosmo - chama desejo -,
no ventre.
E sorveu, múltipla,
- feiticeira -,
vice-versa
- as imperfeições de outra alma -.
_ Há marceneiros no mar? - grasnou.
_ Para quê? Ora! Que bobagem!
E à espreita de um cadáver,
na realidade do mundo,
a verdade
- o curso miserável da carcaça -.
_ Ah! A morte e as suas extravagâncias! - grasnou irônico.