Desconstrução
Ele sempre amou como se fosse a última
Trata sua mulher como se fosse a última
E o seu filho, como ele, é único
Não atravessou a rua, o Sol ainda tímido
Sentou no seu carro, que dele fez máquina
Agradeceu por suas cinco amizades sólidas
Pessoas com pessoas num cubo mágico
Seus poemas embotados de rima e lágrimas
Sua vida era descansar, e todo dia era sábado
Preferia carne, arroz e ovo a qualquer banquete de príncipe
Bebeu Coca-Cola e arrotou como se fosse um alívio
Ligou o som no máximo para viajar em música
E gargalhou bem alto como se fosse pândego
E o avião no ar como se fosse pássaro
E ele , no chão, a seguir com o olhar como se fosse raro
Sentou no chão em meio ao grande público
Viveu na contramão atrapalhando os estúpidos