MANHÃ

Jamais serei um pássaro

fruto da manhã, pois

não componho a melodia que esguia

o fogo que ascende os céus

ainda enegrecido pela noite que esvai

como arei de ampulheta

consome o vácuo de sua existência

em coexistir como os pássaros

livre ao ponto de se deixar guiar

por vento, rumo ou trajetória

em meio ao renascer

de toda pluma nublada

acalentada por igual frescor

como noite que deixa

pássaros e escritores

no silêncio sem fim

em que torna-os característico

com melodia cantada

cifrada

do porvir

que torna a reviver

todos àqueles que dedicam-se a escrita

e você compreende que não tem mais nada a dizer

sua petulância em coexistir finda-se no clarear do dia

com última oportunidade que teve

de escrever.

Jack Solares
Enviado por Jack Solares em 06/11/2015
Reeditado em 07/11/2015
Código do texto: T5440179
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