De Janine - II

Boiando no meu mar revolto e sombrio,

a solidão me leva pra onde quiser;

e são os seus dois olhos, de negra mulher,

uma ilha de luz que nesse mar surgiu.

Através da distância (que o destino quer)

a sinto tão presente como arrepio

que encrespa a alma, num amor sutil...

a alisa de paz se, crespa dor, tiver.

A sua amizade tudo acarinha;

põe ternura , onde não quero a paixão;

e nesse mar revolto do meu coração,

a sua mão de ilha é a praia minha;

por isso, moça de luz da pele pretinha,

repouso o meu mar na sua negra mão.

06-11-2015

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 06/11/2015
Reeditado em 11/01/2024
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