[Em Nome da Rosa

Quem estuda é sentenciado,

Quem não estuda sentenciado está –

Assim sendo,

Entre uma opção e outra,

Passei a vida dedicando-me

À apreciação do Saber,

E, há alguns anos, pago por este crime,

Acusada de enriquecer larapiando a Luz –

E de ter casado com «o homem que nunca

Foi»* enquanto viveu – O autor da confissão:

«…Só quero torná-la grande, ainda que para isso

Tenha de ser o meu corpo e a (minha alma)

A lenha desse fogo…».

Capturaram as minhas pernas,

Partiram-nas em pedaços e jogaram-nas

Junto àquele feixe de lenha, porque fiei-me

[Em Nome da Rosa.

O meu corpo foi dado por perdido,

Mas a minha cabeça tem os olhos recetíveis à novas

Ideias, e o meu cérebro está incansável;................

......................................................................

......................................................................

Continua a trabucar,...........................................

.................................................................pois,

Trabucar foi sempre função que ocupei.

............................................................No mais?

Aqui me encontro, iludida que o meu julgamento

Seja ainda hoje, e, se possível,

Ainda pela manhã…

30/07/2015. Algarve.

* Dizeres de Jorge de Sena sobre Pessoa.

Sandra Eveline Medeiros
Enviado por Sandra Eveline Medeiros em 05/11/2015
Reeditado em 07/11/2015
Código do texto: T5439013
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