* Talvez o que penso não seja o que penso *
"....Nas linhas que escrevo
Rascunho a vida vista pelo lado de fora.
As vezes, sombria como a noite sem lua...
Lua que se esconde atrás dos montes para chorar sua dor.
A paisagem hoje já não me alegra os olhos...Apenas por hoje!
Chove!....
Entre as árvores, passarinhos se protegem...
Galhos que quebram....Folhas que caem!...
A vidraça que embaça...
Olhos marejados, tristonhos....
Olhos que vê o óbvio...
Que enxergam o que a alma recusa-se acreditar.
Como um andarilho contando apenas com sua própria solidão
Sigo com os pés descalços em meus pensamentos...
Hora piso em gramas...hora piso em pedras...
Dói, machuca....
Os pés que sangram.....Mas sigo!
Talvez o que penso não seja o que penso....
Mas hoje, tudo é tão exato, profundo....
No canto da sala um abajur...
Na mesa um livro solitário....Perdeu a magia sua história!
O piso frio...
A malha que cobre minha pele...
No telhado o barulho da chuva que insiste em cair....
Caminho ....
Observo as plantas dentro de casa...
Esmeralda é o verde de suas folhas...
Enfeito um vaso com margaridas...
Apenas o pensamento me faz companhia....
O silêncio que ecoa dentro do próprio silêncio...
Hoje sou perguntas sem respostas...
Indagações...Interrogações....
Talvez na distância dos dois polos...
Nada seria compreendido....
....Apenas entende-se o que se quer ser entendido....
E assim sigo...
Os olhos pregados no verdejante horizonte que me pintam em telas...
Talvez a chuva que cai venha para florescer...
Alma que inunda o ser...
Por me fazer acreditar...
No que o amanhã possa me trazer...."