Afilava no branco que o papel me toma...
Afilava no branco que o papel me toma
Fagulhas que a verve possibilita
Toca em algum ponto nova talha
Eis que me vens faceira
Sem ter o toque imediato
A boca seca que remete nesta Ilha
Das sombras que a palma traz
Fina areia sob os pés que brincam
No quarto de hora da travessia
Encantos & risos afloram
Tanto cintila esse olhar desejoso
E o sentir o trêmulo seio
Que o abraço principia
Do vesânico fremito
O tempo sorri latino
Caindo sobre a orla agitada
Vem ventos vorazes do Sul
A fina chuva tateia pelas vestes
Que brancas ao papel desnudam
Lépidos a fugir até o abrigo
Do castigo valente da chuva de verão
Ávidos entre porta que pede um beijo
Distante do resto de nossas coisas
Arfamos o quente e frio do momento
Por hora e meia cá ficamos
Sem mais nada para abrigarmos
Enquanto a chuva brumosa
Limpa os pensamentos passados
Passamos pelo calor dos corpos
As vestes molhadas de espreita
Teus beijos insaciáveis me percorrem
Meus dedos te alucinam
E tiram múltiplos gozos a cada momento
Tamanha volúpia eriçam teus seios
Que sorvo alucinadamente
Até buscar este templo de amor
Onde minha língua voraz
Seu folego que arresto clama
O meu teso perfurando esta chama
Entrelaçamos entre desejos, anseios & volúpias!
E um beijo sela um gozo magnífico.
Olhamos o tempo e o Sol brilha de novo!
Peixão89