Palavras: Cicatriz na Alma.

(((Terceiro ato - TRILOGIA PALAVRAS.)))

Complexos sentimentos destrinchados da poesia do suplício

Veja você mesma: "Oh amada!"

Deixe sentir-se infiltrada em meio ao colapso de emoções

Ouça você mesma: "Talvez admirada..."

A cada palavra uma nova cicatriz na alma

Sinta você mesma: "Sinta calada!"

Elas te rasgam e mostram teu rosto pálido pela recusa do amor, no espelho da alma

Teus olhos na luz refletem as palavras e levam para o teu interior cada verso

Gravadas na retina elas não deixam o teu corpo, e sim, é tarde para retirá-las da alma

E teu coração, agora dilacerado, é vítima do corte em precisão cirúrgica de cada palavra

Sangra a loucura, e segue a utopia, dos versos ditos um dia se realizarem

E gera no teu ventre por imposição

O nascer das emoções se faz, na semente que é cada palavra

E vai batendo, retumbando pela espinha acima

Regozija uma overdose de sentimentos, até que sinta, novamente, a alma em êxtase

Palavra incerta, correta, aparentemente inerte

Inebria a razão, por instabilidade e de forma solerte

Uma mentira, uma vontade, uma verdade

Um verso montado, em contexto, um arrebate sem piedade

Você chora, você sangra, você sente

De maneira hipnotizante, em palavras, até a morte é atraente

Novamente recrie emoções e releia esse texto

Olhe por outro lado, encarne outro contexto

Ele vai cravando, estabilizando e criando raiz

E veja se ele assim como o seu amor, em sua alma, não deixou outra cicatriz