______________________________________________A LUA

A Lua - em tempo de fêmea - em cambraia de linho,
trocou as estrelas à guisa de grasnado corvo.
A Lua caminha entre os estalos secos dos galhos,
respiração ofegante,
feita véu de própria essência,
segue em busca do Tambor que a conjura.

A Lua carrega consigo as asas caídas de inúmeros anjos
e
a força contínua de muitas nuvens.

A Lua roçou a pele entre as árvores,
proclamada pelo cio,
ouviu as ondas bravias das águas e as
dissonantes cordas nos gritos das carcaças.

A Lua, em torno dos olhos lobo,
dançou e os seus pés suspenderam pátria poeira
- em espiral de células -.

A Lua regressou aos braços do Tambor
rouco em sua literatura sacana,
vivo e sempre em riste.



 
Escrita ao som de:

 
oOoll NOTURNA lloOo
Enviado por oOoll NOTURNA lloOo em 04/11/2015
Reeditado em 04/11/2015
Código do texto: T5437964
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