______________________________________________A LUA
A Lua - em tempo de fêmea - em cambraia de linho,
trocou as estrelas à guisa de grasnado corvo.
A Lua caminha entre os estalos secos dos galhos,
respiração ofegante,
feita véu de própria essência,
segue em busca do Tambor que a conjura.
A Lua carrega consigo as asas caídas de inúmeros anjos
e
a força contínua de muitas nuvens.
A Lua roçou a pele entre as árvores,
proclamada pelo cio,
ouviu as ondas bravias das águas e as
dissonantes cordas nos gritos das carcaças.
A Lua, em torno dos olhos lobo,
dançou e os seus pés suspenderam pátria poeira
- em espiral de células -.
A Lua regressou aos braços do Tambor
rouco em sua literatura sacana,
vivo e sempre em riste.