Sangue e Areia

Quando criança brincávamos de rodas/

Quando jovem pensávamos transformar esse mundo/

Agora diante de tantos desenganos/

Tantas indignações e angustias/

Perdemos o rumo/

E sem saber o que fazer/

Órfãos de Estado/

Ainda que não queiram morrer/

Todos os dias enfraquecem/

Entristecem/

Principalmente em saber que aquele sonhador/

Era também manipulado/

Que aquele palhaço/

Era um soldado/

Que todas essas leis são encomendas dos reis/

E os julgamentos são sempre desiguais/

Pra mim e pra você/

Se não despertamos para o fim/

Se não abrirmos os olhos/

Se não unirmos as mãos/

Para confirmar a independência/

Mesmo com toda essa carência/

Mesmo gritando com fome e dores/

Mesmo sem vencer os nossos temores/

Sempre seremos escravos/

Dessa ditadura Democrática/

Que a gente teima ainda em olhar/

Com subserviência/