A morte do poeta

Chora o céu desenhando em estrelas minha dor,

não há vida, somente a lua mergulhada em solidão,

vendo-a partir de mim, a saúdo com meu canto triste e mudo,

perderam-se as rimas, calaram-se os poetas no ápice da paixão.

Nos versos, antes rimando amores, hoje apenas silencio,

luto enegrecido no céu da noite, que com seu véu funesto

envolve em sombras a vida que chora a própria partida,

tudo torna-se nada na dor que me toma o corpo num simples gesto.

Torno-me sombra na noite escura onde a lua se deitou,

sigo o caminho prescrito, antes maldito por bocas proféticas

ditando meu verbo em desamores contidos em terras pérfidas ,

raízes de mim gritantes, gerando a morte no todo que sou.

Lágrimas lavam a noite sem lua do céu que o amor construiu,

perde-se o azul no desbotado da morte que em tempestades se aproxima.

Nos cantos do mundo, o desencanto ecoando melodias mórbidas,

tocam suas notas em tristes acordes, tocando o poeta que morre em suas rimas.

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Aisha
Enviado por Aisha em 27/09/2005
Código do texto: T54337