A morte do poeta
Chora o céu desenhando em estrelas minha dor,
não há vida, somente a lua mergulhada em solidão,
vendo-a partir de mim, a saúdo com meu canto triste e mudo,
perderam-se as rimas, calaram-se os poetas no ápice da paixão.
Nos versos, antes rimando amores, hoje apenas silencio,
luto enegrecido no céu da noite, que com seu véu funesto
envolve em sombras a vida que chora a própria partida,
tudo torna-se nada na dor que me toma o corpo num simples gesto.
Torno-me sombra na noite escura onde a lua se deitou,
sigo o caminho prescrito, antes maldito por bocas proféticas
ditando meu verbo em desamores contidos em terras pérfidas ,
raízes de mim gritantes, gerando a morte no todo que sou.
Lágrimas lavam a noite sem lua do céu que o amor construiu,
perde-se o azul no desbotado da morte que em tempestades se aproxima.
Nos cantos do mundo, o desencanto ecoando melodias mórbidas,
tocam suas notas em tristes acordes, tocando o poeta que morre em suas rimas.
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