DELIMOND CRONE
 
 
Tramando as linhas
agulhas
escovas de unhas
cravadas de humos
agarra o maldito púlpito
do rádio ainda
sádico a pilha
nas forças onduladas modernas
parecendo antigas
salas de espera
na casa interna
alguém trouxe o café
alguém trouxe o jantar
quem vem visitar
o comparsa de mesa
sentado nas teias
vencidas ilhas
do tempo
que ela vive
que ele vivo
tinha ela viva
presa ao sofá nos contos
dos pontos trilhas
sonoras de dedos
envergados
olhava o cachecol dourado
no cabideiro
feito no esmero
que agora hospedeiro
das rimas de lágrimas
que correm dela
dorme lá embaixo
na cadeira simétrica
debruçado
descansando
desde ontem a noite
que noite foi ontem
ela pergunta ao vento
traga-me o jornal
o espelho traga um mal
escondido na alma
mal sabia que o verão
já voltou
ela dormiu
no inverno das copas
abertas envelhecidas
no sótão de vinhos
os meninos haviam
brincado lá fora
deixaram a roupa
no varal
minhas trepadeiras rosas
enrolam os fios
com doses de primavera
perdida sonhava que era
o berço intocado
do mesmo de ontem...
 
 
 
DELIMOND CHROME
 
Catching lines
needles
nail brushes
spiked to humos
grabs the bloody pulpit
the radio still
sadistic battery
in modern rolling forces
looking old
lounges
the inner house
someone brought coffee
someone brought dinner
who comes to visit
the accomplice table
sitting in the webs
due islands
of the time
she lives
he alive
He had she lives
attached to the sofa in the tales
of trails points
sound fingers
envergados
looked golden scarf
on the rack
made in care
now host
tears rhymes
who run it
sleeps downstairs
in symmetrical chair
hunched
resting
since last night
that night was yesterday
she asks the wind
bring me the newspaper
the mirror bring evil
hidden in the soul
hardly knew that summer
is back
She slept
in winter the tops
open aged
in the wine loft
the boys had
played out there
left clothes
on the line
my climbing roses
winding wires
with spring doses
lost dreamed it was
the birthplace untouched
the same as yesterday ...