A JANELA
As vezes me pego olhando pra fora da janela,
Esperando por algo que me arrebate,
Algo que me surpreenda e me remova o marasmo;
Nem sempre vislumbro as fagulhas do sol,
Nem sempre recebo a plenitude da lua,
Mas procuro o calor e a serenidade de ambos;
Estar ali, a mercê do improvável me comove e me empurra,
Inexoravelmente, a esperança do amanhã;
Inadvertidas vezes me surpreendo com alguém
Olhando da janela vizinha, com expectativas iguais;
Não raro, cruzamos as vistas num ar de súplica e dúvida,
Quase a perguntar: “e ai, achou?